terça-feira, 28 de setembro de 2010

Dois trechos

Eu te dei o endereço do meu trabalho desde o começo. Sempre esperei que me fizesse uma surpresa qualquer dia, me esperando na porta pra uma cerveja numa sexta qualquer. Sem nenhum glamour, não precisava de mais charme do que a própria atitude. Não tenho culpa se outro tomou essa atitude na sua frente, cumprindo com todo gabarito que eu sempre esperei vir de você, pelo menos uma vez. Ah, e vou te dizer eu sonhava, mesmo, que um dia você ia me fazer essa surpresa, uma vez só; uma coisa só nossa, simples, trivial, sem vinho, sem Urca, só dois copos e um papo pra esperar o trânsito. Mas como eu sonhei. Até acordada, me perdia imaginando apenas isso. Seria o tipo de coisa que eu ia comentar com aquela cara de boba com as minhas amigas "ah, ele apareceu lá no trabalho ontem pra gente voltar junto, foi tão fofo".


Não temos o direito de ser cruéis. E essa foi a quarta vez que você foi cruel comigo. Eu, que sempre disse pra Deus e o mundo que não havia segunda chance, te dei três. Porque eu nunca quis tanto alguém do meu lado. E eu espero, do fundo do meu coração, nunca mais querer isso de novo, com ninguém. E se me sinto perdida agora é porque eu queria muito te esquecer, apagar tudo da minha cabeça, mas não dá. Porque você tá no meu coração, dentro de uma enorme cicatriz que ainda não fechou, e quando fechar, você vai continuar lá. Porque você também está no meu estômago, e só de pensar em te dizer alguma coisa me dá enjôo... depois fome... não quero comer nada e como mesmo assim. Porque você está nos meus pulmões e na falta de ar que sinto com os soluços. Soluço porque você está em cada lágrima que cai dos meus olhos. Porque está na minha garganta, toda vez que engulo em seco tentando parar de chorar.

 Pensei em vovó, dizendo que tudo isso não passa de uma grande bobagem. E não é que ela liga e diz exatamente isso? O choro estanca na hora.

domingo, 19 de setembro de 2010

"Navegabilidade intuitiva"

Tava lendo uma resenha sobre um celular, agora me esqueci o modelo, falando que a navegabilidade pelo touch screen era intuitiva.

Bem, pode até ser pra quem está mais aberto a aprender essa "modernidades", mas dando aulas de Word percebi que não tem nada de intuitivo nisso.

Depois de algum tempo de explicação, a senhora percebeu que o teclado se parece com as teclas da máquina de escrever. E que o procedimento para letras em caixa alta no início das frases e caracteres especiais também é similar. A partir daí ficou menos complicado dar aula. Ela já queria aprender como faz tabelas. Fomos até como se faz a formatação (alinhamento à esqerda, direita, justificar, parágrafo, etc).

Próxima aula teremos como fazer tópicos, inserir imagens. Tabela é mais complicado, tem que ser uma aula só disso.

Imagine agora dizer que um celular touch screen tem navegação intuitiva? Daqui a 50 anos poderemos afirmar isso, hoje em dia é injusto. É quase afirmar que 80% da população não tem intuição, ou pior, que simplesmente não é capaz.

Esclarecendo meu ponto de vista.

Não parei de comer carne por pura pena do animal. Também, um pouco disso. Nem por causa do meio ambiente em si, afinal se todos consumissem a mesma quantidade que eu consumia, 90% da cadeia produtiva ia falir.

Quando parei de comer na primeira vez, eu tinha 16 anos. Vi na internet um site de Wicca, que tinha um ritual de purificação do corpo para que pudéssemos nos iniciar na ceita. Fiquei vegana sem nem aquela manteiguinha no pão) por 2 semanas.

Não, não me tornei wicca. A última semana era em jejum, parei nas primeiras 12h. Mas continuei vegetariana por mais 4 anos, quando senti enorme nojo no gosto da carne. Bastaram duas semanas convictas de que eu poderia não consumir nada de origem animal para tomar gosto por outros alimentos.

Lógico que voltei a comer chocolate, bolos feitos com ovo... ovo. Ovolactovegetariana. Com o tempo senti uma enorme vontade de comer peixe, camarão. No final de outros 4 anos, eu já estava comendo carne de porco. E só aí eu descobri o que era bacon e fazia tudo com isso: pizza, molhos, arroz.

Mas definitivamente isso não faz bem pro meu organismo. Parei com carnes de novo tem alguns meses. Senti uma queda forte de ânimo, estou me recuperando disso. De vez em nunca ainda rola um camarão ou bolinho de bacalhau, são duas coisas que acho demasiado saborosas para parar. Mas o resto, juro que se eu comer um pedaço de carne hoje fico com má digestão o dia inteiro.

Quando o animal morre ele tem medo. Libera diversas toxinas pro corpo, além de todos os antibióticos e hormônios que ingere durante toda sua vida num cubículo. Ingerimos tudo isso. Não pode fazer bem. Antes eu sentia dores horríveis de estômago, nem conseguia comer direito. Agora isso tudo passou!

Sim, preciso cuidar da anemia, tenho tendência a isso, e por esse motivo tenho sentido umas vestigens de vez em quando. Mas só de não ter mais dores de estômago. Sensacional. Diminui o consumo de ovos. E leite desde criança não consumo tanto.

Preciso é fazer um curso de culinária, aprender a fazer coisas igual no Refeitório Orgânico, adoro esse lugar!

domingo, 5 de setembro de 2010

Um brinde!

brinde
s. m.
1. Acto!Ato de beber à saúde de alguém.
2. Presente, mimo.


Tem um trecho do filme "Up In The Air" (em português eu acho que é Amor Sem Escalas), com Clooney, em que um dos personagens diz que adora determinado hotel por causa de uns biscoitinhos de brinde, e a falsa cortesia.

Eu adoro brinde! E quem não gosta? Geralmente são coisas toscas que você mesmo poderia comprar com no máximo R$2,00, mas e daí? Estão te dando!

Tem uns bons anos que eu não compro caneta nem cadernos. Adoro quando vou a congressos, palestras, fóruns, eventos acadêmicos em geral, cujas inscrições são gratuitas para estudantes (ah, a grande vantagem de se estar na graduação) e de cara recebo um kit! Vem com folders, bloco para anotações e caneta, numa bolsinha ou pasta super úteis.

Mas adoro quando vem com boné, ou camisa, porta-copos, adesivo, ímã de geladeira, mouse pad, ou qualquer outra tranqueira que provavelmente não vou usar. Me sinto movida a comprar o ceral matinal que vem com brinde na caixa (nesse último Choco Krispis veio uma miniatura do Shrek Para Sempre). Isso talvez explique o sucesso do Kinder Ovo.

Brinde é melhor que desconto. É melhor que promoção. É melhor do que concorrer a algum prêmio. Nunca ganhei esses prêmios. Mas quando te oferecem um brinde, você sempre ganha ele. Brindemos aos brindes.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Sem falhas, não haveria a ideia de perfeição.

Cheguei a essa conclusão hoje, vendo Matrix Reloaded por tabela.

Só conseguimos imaginar que algo seria perfeito, porque afinal existem falhas por todo lado. Em consequência, a perfeição fica em nosso imaginário, nos impulsionando.

Acho que o maior erro está em como encaramos as falhas. Sempre reclamamos! Nunca estamos satisfeitos e atribuimos nossa insatisfação aos erros... nossos e alheios. Não admitimos que erramos e assim ficamos livre de admitir os erros dos outros. Quanta arrogância.

Se as grandes revoluções partem de pequenos atos, basta uma pequena mudança de atitude para encarar o mundo de outra forma. E ele continuará sendo imperfeito. Só que mais aprazível.

Como é difícil fazer uma coisa que só depende de nós mesmos...